“Camara de reflexão”

À G D GADU

LIBERDADE IGUALDADE FRATERNIDADE

AR L SLIVRES PENSADORES – Nº 2304

BENFDA OR

G O B / G O S P

 

S FU

 

 

Trabdo Grde Aprendiz: CÂMARA DE REFLEXÕES

 

 

 

REINALDO VIEIRA GONÇALVES

 

 

São Paulo, 20 de Maio de 2017 da E V

 

 

Sumário:

  • Agradecimentos

 

  • Introdução

 

  • Câmara de Reflexão

 

  • Objetos

 

4.1- Esqueleto Humano ou o Crânio

4.2- Foice

4.3- Ampulheta ou relógio de areia

4.4- Galo

4.5- Pão e água

4.6- Sal e enxofre

4.7- mercúrio

5- V.i.t.r.i.o.l

  • Vigilância e Perseverança

 

  • Emblemas Fúnebres

 

  • Testamento

 

9-Conclusão

10-Bibiografia

 

 1-Agradecimentos

 

 

Agradeço ao Grande Arquiteto do Universo por me dar a dádiva da vida, pelo o privilégio de ter uma esposa dedicada a qual está sempre ao meu lado em todos os momentos, dos filhos os quais me orgulho e agradeço por tê-los concebidos, pois são minhas maiores realizações, os quais eu possa vir a inspirar para que no futuro sejam cidadãos dignos e de bons costumes e por ser acolhido nesta sublime ordem por membros tão seletos os quais me orgulho e tenho a honra de tratar como irmãos.

2-Introdução

Entre todos os ritos praticados no Brasil o Rito escocês antigo e aceito e o que possui maior riqueza de símbolos na câmara de reflexão, superando ate mesmo o rito Adoniramita sendo este o mais alegórico e teatralizado.   Sob o aspecto físico a câmara de reflexão, normalmente e um cubículo, o qual suas paredes são de cor preta e revestidas de emblemas e frases fúnebres, não devendo receber iluminação exterior, apenas uma luz sepulcral de uma vela em seu interior.

3-A câmara de reflexão

Também chamada de quarto, gabinete ou cabine de reflexões, sendo câmara de reflexão o nome mais apropriado para designar tal anexo de um templo maçônico onde o candidato prestes a ingressar na ordem é colocado e nela deve permanecer isolado para recolhimento e meditação por determinado período, representa o isolamento em relação ao mundo exterior para que se concentre em si mesmo. Este costume teve inicio no antigo Egito,onde o candidato era deixado rodeado por múmias e emblemas fúnebres para que refletisse sobre a decisão de adentrar aos mistérios do templo,e desta prova não sendo o mesmo vitorioso seria impedido de retornar ao mundo profano e devendo manter-se ali como escravo ate o fim de seus dias,perdendo sua liberdade e sendo motivo de vergonha tendo por objetivo transmitir três significados e aspectos conotativos a seguir:

Esotericamente- representar o útero da mãe Terra de onde viemos e para onde voltaremos, nos remetendo a morte para vida profana com todos os seus vícios e renascendo para uma nova vida devendo lapidar todas as arestas e enaltecer as virtudes que deve possuir um homem de bons costumes,onde o iniciando é simbolizado pelo grão de trigo que brota do mais rude e grosseiro dos quatro elementos de purificação(terra,ar,água e fogo), por meio de seus próprios esforços em direção a luz divina,o libertando das trevas da ignorância.

Exotericamente- a alusão a ”masmorra” que tinha a finalidade de confinar e abandonar os inimigos do tirano ou déspota, onde o mesmo era totalmente desprovido de seus bens e abandonado a própria sorte, dando origem ao termo em razão da Revolução francesa e sendo incorporada a franco maçonaria no século XIX, onde após o fim da clausura representava um renascimento para a luz daquele que ali se encontrava.

Simbolicamente- a interiorização do homem em seu próprio ser, (Eu) ou seja, “Conhece-te a ti mesmo” de Sócrates,conforme os antigos gregos,a introspecção em busca da verdade em seu interior ,trata-se da formula hermética “ VITRIOL ´´ a qual será exposta logo a frente.

4-Objetos

Quanto a mobília desta sala é composta por uma banqueta, mesa forrada com toalha branca, sob a qual deve se encontrar alguns objetos,alem das frases e emblemas em suas paredes os quais passaremos descrever os objetos e sua representatividade.

 

4.1-O esqueleto humano ou o crânio

Dentro da sala devera haver um esqueleto ou ao menos um crânio em cima da mesa próximo a um ataúde aberto, para lembrar ao iniciando que ali será sua ultima morada na terra sob a forma de um esqueleto e que de nada valem as vaidades ou conquistas materiais e que por meio da morte podemos ver a igualdade entre todos tornando-se irrelevante os aspectos físicos do corpo, pois do pó vieste e ao pó voltaras, sendo a morte implacável e irremediável a todo ser restando apenas a imortalidade da alma, provando que nenhum individuo e superior a qualquer outro.

4.2-A foice

Pode ser caracterizada como símbolo da destruição, representa a curta duração de nosso período terreno, sendo a morte a única certeza de todo o ser, indistintamente a sua classe social ou posses. Para mentes semi-iluminadas pode significar as forças destrutivas da natureza e para as mais iluminadas é a força da transmutação ou de transição que indicam o processo de regeneração do individuo.

Não devemos deixar de notar a pintura de um crânio com duas tíbias cruzadas e uma foice atrás deste que relaciona estes emblemas a saturno e ao elemento chumbo e que simboliza a morte do profano, transmutando o vil metal em ouro, por meio de sua ascensão espiritual.

4.3-A ampulheta ou relógio de areia

Representa o tempo, que serve desde a antiguidade para orientar nossas ações, tendo em vista sua rápida movimentação da areia em seu interior, observamos que a vida e transitória e limitada assim como o tempo, e que devemos ter o Maximo empenho em realizarmos grandes obras para elevação do espírito e da moral humana.

4.4-O galo

Na maçonaria representa a dissipação das trevas e anuncia o despertar e o surgimento da luz, tendo sido uma ave consagrada na antiga Grécia e acreditava-se que possuía conexões com o deuses Hermes (Mercúrio) com seus atributos intelectuais e Atena (Minerva) por sua sabedoria, e que por seu canto anuncia a aurora sendo exotericamente caracterizado como signo da luz e possui a conotação de simbolizar o elemento mercúrio.

4.5- O pão e a água

O pão representa a transmutação dos elementos, como o grão de trigo transformado em farinha e por conseguinte em pão de trigo, servindo de alimento ao corpo físico de forma simples e sutil e esotericamente o alimento espiritual, que produz saciedade pela palavra de Deus.

A água por sua vez e um dos quatro elementos primários de purificação, sendo dissolvente universal e pertencente ao principio feminino de umidade e plasticidade, elemento indispensável para germinação de toda a semente, representa a purificação espiritual em varias civilizações e religiões recordando sempre ao iniciando a temperança, bom senso e a prudência.

Ambos elementos traduzem-se em um significado moral de simplicidade e sobriedade indispensáveis na vida de um iniciado para que tenha discernimento,procurando sempre os verdadeiros valores de nossa existência por meio de sabedoria e virtude.

4.6-O sal e o enxofre

Ambos elementos representam as duas colunas do primeiro grau (Boaz e Jackim)e tem a intenção de fazer o candidato  meditar sobre os meios necessários que o levem a uma nova vida iluminada pela pratica das virtudes e da verdade,através da vigilância sobre suas ações e perseverança no caminho da retidão na busca de seu aperfeiçoamento constante .

O primeiro elemento (sal) possui sua natureza passiva, conservadora, fecunda que conduz a estabilidade e produz a maturidade, existente em todo corpo material, possuindo o magnetismo vital, representando sabedoria e ponderação, pois provem do oceano de infinito conhecimento, por sua vez partindo de fora para dentro, valorizando a interiorização individual, simbolizado por um circulo com uma linha horizontal em seu centro.

O enxofre por sua vez é a forca criadora, energia ativa e positiva, representa a energia espírito universal e toda sua eletricidade vital, se propagando de dentro para fora, representa a coluna “J”, movimento centrifugo, sair, seu símbolo e um triangulo com o seu vértice voltado para cima e uma  pequena cruz grega abaixo.

Ambos os elementos representam a justa perfeição de duas tendências opostas harmonizando-se entre si, sem permitir que uma se sobreponha a outra ou seja, a vigilância e a perseverança, o ardor reflexivo e a paciência iluminada, onde o corpo e espírito encontram-se em equilíbrio e harmonia, fazendo então surgir o mercúrio vital.

4.7-O Mercúrio

Este elemento representa o principio da inteligência e sabedoria e o ritmo resultante, podendo ser denominada como a natureza individual de cada ser e suas particularidades entre seus antagonismos, como a razão e emoção, amor e ódio, luz e trevas, ou seja a alma individual em sua constante procura pela evolução, suplantando a ignorância.

5-V.I.T.R.I.O.L

Tais letras compõe as iniciais de uma formula hermética atribuída como divisa dos antigos Rosa-Cruzes, significando a seguinte expressão:

Visita interiora Terrae, Rectificandoque, Invenies Occultum Lapidem, cuja a tradução significa “Visita o interior da terra e ,retificando encontrarás a Pedra Oculta”.

Esta sentença se refere na busca individual que cada um deve fazer introspectivamente junto a seu eu interior por meio de profunda meditação e purificação, lapidando constantemente sua pedra bruta para que possa então alcançar sua pedra filosofal (pedra cúbica), elevando-se acima do egoísmo passando a encontrar a sabedoria e a praticar o amor fraternal e de acordo com o renomado escritor Oswald Wirth em sua obra “O simbolismo hermético”.

“A Pedra Filosofal é um Sal perfeitamente purificado, que coagula o Mercúrio a fim de fixá-lo em um Enxofre extremamente ativo. Esta formula sintética resume a Grande Obra em três operações que são: a purificação do Sal, a coagulação do Mercúrio e a fixação do Enxofre.”

6-Vigilância e perseverança

Observamos uma bandeirola com as palavras acima, pois sempre foi o lema de todo iniciado, onde deve-se sempre refletir que a vigilância sempre se faz necessária, pois todo aquele que busca a luz é acercado por trevas que tendem a desviar-nos e por sua vez a perseverança em prosseguir incessantemente por mais íngreme e estreito que seja o caminho, pois apenas através dos sacrifícios e renuncias aos vícios da vida profana poderemos nos aproximar da essência divina e suas dádivas.

7-Emblemas fúnebres

As frases dispostas nas paredes da câmara servem para alertar ao candidato sob o ato que será submetido e sua seriedade, levando o mesmo a refletir sobre sua vida profana e a morte simbólica de seus vícios e imperfeições, entre as quais podemos destacar algumas:

Se a curiosidade aqui te conduz, retira-te.

Pois devemos nos comprometer com estudos os quais sejam em proveito da humanidade e para lapidar nossa pedra bruta e não para mera curiosidade e futilidade.

Se tens receio de que se descubram os teus defeitos não estarás bem entre nos.

Pois parte-se da premissa onde devemos conhecer nossos próprios defeitos e através de constante estudo corrigi-los

Se fores dissimulado serás descoberto.

A hipocrisia e uma das principais causas que fazem propagar o mal, tendo o maçom a obrigatoriedade de combatê-lo e trazer a luz da verdade o que estiver oculto.

Se és apegado as distinções mundanas, retira-te; nos aqui não a reconhecemos.

A ordem maçônica respeita as hierarquias e distinções sociais do mundo profano, porem repudia esta pratica dentro de seus templos em razão do principio da igualdade.

Se tens medo, não vás adiante.

Todo Homem carente de fé sucumbe quando dominado pelo medo.

Se perseverares, serás purificado pelos elementos, saíras do abismo das trevas e veras a luz

Aquele que persiste com sabedoria em seus objetivos sempre os alcança.

Não esperes retirar nenhum bem material da maçonaria.

Na pratica da Arte Real não se visa as recompensas materiais do mundo profano e suas vicitudes, mas sim a constante busca pela pedra filosofal através da  luz do conhecimento.

Se quer empregar bem a sua vida, pensa na morte.

A morte representa o fim de nossa jornada terrena, onde nossa consciência nos concedera um bônus ou ônus conforme nossas ações durante nossa vida, servindo a maçonaria para guiar-nos na direção correta por meio de prudência e sabedoria.

 

😯 Testamento

Conforme J. Boucher “o testamento e um ato filosófico e não meramente civil e tem por objeto testemunhar por escrito as intenções filosóficas, assumindo o candidato uma obrigação previa.”

Observa-se com constância as seguintes perguntas:

1-Quais os deveres do homem para com Deus?

2-Quais os deveres do homem para consigo mesmo?

3-Quais os deveres do homem para com os outros?

Como também foram com o tempo acrescentadas os deveres do homem com a pátria e para com a família.

A primeira refere-se a relação do individuo com o principio criador da vida universal e seu comprometimento com a verdade.

A segunda e conseqüência direta da anterior, pois toda a criatura tende em seu processo evolutivo a assemelhar-se a seu criador, pois a partir do reconhecimento interior de um ser supremo deve-se exteriorizar seu trabalho por meio de virtudes e princípios morais em busca da perfeição e instrução, onde a personalidade e individualidade se tornem harmônicas.

A ultima questão e resultante das demais pelo fato da simples compreensão de que tudo o que existe nasce do mesmo principio criador, devendo o homem associar-se a isto, através da constante pratica da fraternidade, reconhecendo seu próximo como irmão e amando-o como a si próprio.

 9-Conclusão:

Podemos notar que ao adentrar na câmara de reflexões nos deparamos com princípios antagônicos que nos remetem a morte e a vida, a qual devemos nos desprender dos vícios e enaltecer as virtudes através da pratica reiterada da arte real em busca do constante aperfeiçoamento da moral e evolução espiritual.

 

 9-Bibliografia

1 – Ritual 1º Grau do Aprendiz – Maçom

Rito Escocês Antigo e Aceito – 2009

Grande Oriente do Brasil

 

2- Comentários ao Ritual de Aprendiz

Vade-Mecum Iniciático Volume 1

Autor: Nicola Aslan

Editora Maçonica: “A Trolha” Ltda.

 

3- Manual do Aprendiz

Autor: Aldo Lavagnini (Magister)

Apu Inti Editora Ltda

 

4-El Simbolismo Hermético

Y Su Relación Con La Alquimia y La Francmasonería (1910)

Autor: Oswald Wirth

 

 

 

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